Oficina, organizada pelo Programa de Educação Ambiental que acontece durante a pavimentação da Estrada Boiadeira (BR 487/PR), reuniu cerca de 30 profissionais de educação
Em fevereiro do próximo ano, atividade deve ocorrer com professores de Tuneiras do Oeste |
Durante o encontro, os professores foram divididos em 11 grupos, cada um deles responsável pela avaliação de uma figura ligada à temática ambiental. Os participantes receberam ainda um disco com músicas relacionadas ao meio ambiente. A proposta foi conciliar as imagens com trechos das letras das canções. Depois, os professores escreveram um texto expondo possíveis impactos positivos e negativos decorrentes do empreendimento. Num terceiro momento, houve uma discussão em torno da Estrada Boiadeira, com ênfase no diálogo sobre as formas de lidar com a construção da rodovia. Por fim, a professora trabalhou formas de repensar as questões do meio ambiente e ainda exibiu o curta-metragem Ilha das Flores, que discute, entre outros assuntos, temas como consumo consciente e produção de lixo.
Segundo a professora Sônia Haracemiv, a oficina trouxe depoimentos significativos por parte dos professores. “Houve uma participação intensa, os depoimentos foram significativos e foi possível perceber que os professores são incrédulos em relação à conclusão da rodovia. Por isso, utilizamos uma abordagem dialógica, com base nos estudos de Paulo Freire, na qual os professores problematizaram vários temas, como atropelamento de fauna, responsabilidade social, tráfico e caça de animais silvestres, educação ambiental como vida, e na sequência discutimos esses assuntos”.
Para o professor Eurico José Pinto, de 48 anos, que trabalha na Escola Municipal de Educação Integral Tasso da Silveira, o encontro conseguiu reunir o ensino teórico à prática. “Essa oficina muda o rumo da nossa história como atores sociais, porque a partir de agora vamos poder conversar sobre meio ambiente tanto nas comunidades como nas salas de aula. É um importante trabalho e creio que o aprendizado será para a vida toda”, acredita o professor.
Já para a professora de história e geografia da Escola Municipal Professora Rosimeri Ortiz Consalter Abiuza Madeira, de 24 anos, o encontro trouxe elementos interessantes da relação da Estrada Boiadeira com a comunidade de Cruzeiro do Oeste.
“A rodovia vai melhorar o desenvolvimento econômico da nossa cidade. Qualquer grande obra impacta o meio ambiente e traz pontos negativos, então, por conta disso, as ações de educação ambiental são fundamentais”, diz a professora.
Reserva Biológica das Perobas
De acordo com o analista ambiental e chefe de Reserva Biológica das Perobas, Carlos Alberto Ferraresi De Giovanni, que na oportunidade pôde apresentar aos professores de Cruzeiro do Oeste a unidade de conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, autarquia federal do Ministério do Meio Ambiente, a oficina trabalhou uma abordagem ambiental distinta das convencionais.
“Houve uma preocupação em fazer os professores se reconhecerem como participantes. Geralmente, os temas que envolvem educação ambiental sempre chamam a atenção de todos, mas é muito comum a população apenas reclamar. Essa oficina, pelo contrário, resgata o princípio de que todos integram o meio ambiente e, por isso, são responsáveis pela conservação”, explica o chefe da Reserva.
Além disso, o analista ambiental também apresentou o Instituto e a Reserva, que é a maior área com vegetação natural das regiões Norte e Noroeste do Paraná, aos professores.
“Como Cruzeiro do Oeste faz parte do eixo da Estrada Boiadeira, o acesso entre as duas cidades vai ficar bem mais fácil e as cidades irão se aproximar. Com isso, a Reserva tem que procurar ampliar o máximo possível os trabalhos com educação ambiental para outros municípios. Como só se ama aquilo que se conhece, quanto mais pessoas conhecerem a reserva, mais a proteção da unidade aumenta”, complementa.
Obra
A pavimentação dos 18,7 quilômetros da Estrada Boiadeira (BR 487), entre Cruzeiro do Oeste e Tuneiras do Oeste, está prevista para ser finalizada em maio de 2013. A supervisão e a gestão ambiental são de responsabilidade da Universidade Federal do Paraná que, por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura, é parceira do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Fonte: Hendryo André
Assessoria de comunicação
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