4 de junho de 2011

De Olho na Reserva N. 3

Neste mês de maio começou o trabalho da primeira brigada contra incêndios florestais da Reserva Biológica das Perobas. Sete tuneirenses foram selecionados em concurso público para trabalhar na reserva durante seis meses nas atividades de prevenção e combate contra incêndios florestais. Os brigadistas começaram o trabalho fazendo a abertura de aceiros e a manutenção de trilhas no interior da floresta. Palestras serão feitas nas escolas de Tuneiras do Oeste para explicar a importância da reserva das Perobas e os problemas causados por incêndios florestais.

É importante lembrar que cada cidadão pode colaborar com a proteção da nossa reserva, evitando o uso de fogo próximo das matas e avisando aos funcionários em caso de queimadas próximas à reserva. Colocar fogo em florestas é crime! O fogo nas matas, além de causar sérios danos aos animais e plantas, também prejudica a saúde das pessoas. A fumaça e a fuligem atacam os pulmões – principalmente de crianças, idosos e pessoas que sofrem de problemas respiratórios. Muitos animais selvagens morrem queimados em incêndios florestais. Muitos outros que conseguem escapar das chamas morrem dias depois de fome, já que as plantas que serviam de alimento ou outros animais que eram suas presas foram queimados.

Os incêndios em florestas também causam grandes prejuízos à sociedade porque operações de combate consomem muito dinheiro do governo – dinheiro de impostos, pagos pelos cidadãos. Incêndios de grandes proporções precisam, para serem controlados, de muitos homens, equipamentos e veículos – inclusive aviões e helicópteros. Tudo isto custa muito caro. Só o combate a incêndios em parques e reservas federais consome milhões de reais por ano no Brasil. Pelo menos uma parte deste dinheiro poderia ser poupado, não existissem os incêndios criminosos.

Pesquisas

Pesquisadores de todo o país, mas principalmente do Paraná, continuam vindo a Tuneiras do Oeste para desenvolver seus estudos na Reserva Biológica das Perobas. Em maio, pesquisadores da Unioeste, de Cascavel, iniciarão um projeto de estudo dos peixes de riachos da nossa reserva. Pesquisadores da UEM e da Unipar estão estudando a presença do parasita da doença de Chagas em algumas espécies de morcegos da reserva. É possível que outros animais, como porcos-do-mato e pacas, também estejam infectados. Está aí mais um motivo para não comer carne de animais caçados ilegalmente na reserva e nos arredores.

Plano de manejo

No último dia 17/05 a equipe da reserva se reuniu com proprietários rurais e com representantes da Usina Santa Terezinha para discutir regras para a zona de amortecimento. A Reserva Biológica das Perobas, por lei, precisa ter uma zona de amortecimento, que é uma faixa de terras ao redor dela e que serve para amortecer impactos ambientais que possam ser causados pelas atividades produtivas. A zona de amortecimento da nossa reserva é uma faixa de 500 metros a partir dos limites dela.

Carlos, o chefe da reserva, explicou que a intenção é definir em conjunto com os proprietários algumas normas que garantam a produção sem prejudicar a proteção do patrimônio ambiental que a reserva representa para Tuneiras do Oeste e Cianorte. Foi estabelecido o prazo até 20 de junho para que os produtores apresentem propostas. O plano de manejo, documento em que estarão as normas da zona de amortecimento, dentre outras, deve ser concluído em julho.

(O Tuneirense - junho/2011)

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